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LENDARIO KITEMBU
LENDARIO KITEMBU

MUSOSO IA NKISI KITEMBU

    (LENDA DE KITEMBU)

 

 

 

         Há milênios, na vastidão da selva africana, várias tribos bantu uniram-se formando grandes reinos, espalhando-se por quase toda a África.

         Devido às secas, as tribos bantu viviam como nômades, mudando constantemente de território, pois sua sobrevivência dependia da caça e da pesca. Inúmeras mortes ocorriam por longos períodos, principalmente as infantis.

          Por tal fato, as crianças só faziam parte da tribo após o 3˚ ano de vida, e passavam a ser pange (irmão), tendo por finalidade o desejo de uma vida melhor. O soba (rei) da tribo, juntamente com seus mulangidi (subchefe) resolveu consultar os Ngana Ngombo (oráculo) que através de Nzambi Iá Ngombo (deus da adivinhação) foram orientados que os sobas deveriam reverenciar o nkisi Kitembu (ar, movimento, direção). Pela sua participação na criação do diulu (céu), junto com Ukulukulu (o maior, Deus Criador) e Npemba (Espírito Santo), tendo Kitembu a função de espalhar Npemba por todo o kulu (espaço). Devido este fato, nas NZO IA NZAMBI NI NGOLA (Casas da Nação Angola), no início das cerimônias reverencia-se Npemba, soprando para os lados recordando o mito. Sendo assim, foram realizadas todas as exigências feitas pelos Ngana Ngombo, ao pé de uma árvore frondosa chamada Mulemba (árvore da vida, árvore ritual venerada há anos). Foram levadas várias sata (oferendas sagradas) para seu kalombe (sacrário), em meio a muitas musambu (rezas) entoadas pelo musambe (rezador), foi erguida uma grande bandeira branca na ponta de um mastro de bambu gigantesco, que indicaria o rumo a ser tomado pela tribo.

                Cumprida a predição dos oráculos, tomaram o rumo o qual a bandeira branca direcionava e, após longa caminhada a profecia realizou-se. Encontraram grandes rios, terras férteis e caça em abundância e lá viveram durante séculos.

                Devido a este fato, o nkisi Kitembu tornou-se o salvador dos bantu e, por tal motivo, Kitembu só é cultuado nas Casas de Nação Angola, passando ser reconhecido como o Rei do culto Angola.

 

 

                                                     (Louvado Seja a Nação de Angola)